Em Patos, psicóloga esclarece que surras em crianças podem causar sequelas emocionais gritantes

Os gritos do garotinho de três anos que foi brutalmente espancado pela própria mãe na cidade de Matureia, na região metropolitana de Patos, ainda ecoam por todo o Nordeste. O […]



Os gritos do garotinho de três anos que foi brutalmente espancado pela própria mãe na cidade de Matureia, na região metropolitana de Patos, ainda ecoam por todo o Nordeste. O fato aconteceu na quinta-feira, dia 14 de março, quando o menino chegou da escola e a mãe decidiu espancá-lo com um cipó e ainda pedir para a filha de oito anos filmar a agressão.

O garotinho havia mordido a sandália de um coleguinha na escola e a professora levou o fato até a mãe dele. Ao chegar em casa, a surra aconteceu e a mãe, de 26 anos, jogou o vídeo nas redes sociais. Em questão de minutos, o vídeo viralizou, chegou ao conhecimento do Conselho Tutelar de Matureia, a Polícia Militar foi acionada e a agressora foi presa. A mãe chegou a passar mal ao ser encaminhada para Patos e precisou de atendimento médico.

A mãe foi levada até a delegacia, pagou fiança e irá responder pelo crime de lesão corporal em liberdade. Ela não possui antecedentes criminais e o caso será acompanhado pelo Conselho Tutelar de Matureia. 

Diante da repercussão, o caso gerou muitas discussões e opiniões divergentes. A cultura de espancar para “educar” ainda é muito forte, porém, os estudos científicos comprovam que agressões acabam desencadeando uma série de distúrbios de ordem emocional e até físicas.

A reportagem do Polêmica pediu o esclarecimento da psicóloga clínica Mayra Oliveira, que atende na cidade de Patos. De forma profissional, Mayra aprofundou o assunto trazendo luz sobre o tema e os impactos psicológicos em crianças que sofrem violência infantil. A psicóloga relatou que a criança que sofre violência tem vários danos e foi enfática ao dizer: “É mais fácil construir crianças fortes do que consertar homens quebrados…e as crianças fortes elas são construídas através de uma educação afetiva, uma educação amorosa, uma educação assertiva, onde você consegue passar o seu ponto de vista enquanto pai, educar sua criança, trazendo as informações necessárias através da conversa, do diálogo, através de entender como a criança se sentiu também…quando falamos em agressão, estamos construindo homens quebrados que irão quebrar outras crianças quando se tornarem pais…ciclos viciosos da educação familiar”.

Mayra Oliveira ainda destacou que o pai pode ter moral para lidar com as birras, os problemas e as questões de má educação dos filhos sem ter que agredir fisicamente. A psicóloga expressou com propriedade o assunto e deu dicas preciosas para as famílias.

Ouça relato:

Jozivan Antero – Polêmica Patos