A senhora Ivanilda Cláudia de Sousa estava dando banho em seu netinho quando uma cerâmica se desprendeu da parede do banheiro e caiu aos seus pés. Foi um susto grande! A avó chorava de um lado, o bebê do outro e a sua filha Ana Paula, que é mãe da criança, lamentava tudo aquilo e pedia calma, pois o pior não havia acontecido, pois a pedra poderia ter causado uma tragédia.
A jovem Ana Paula Araújo Bezerra comprou a casa na Rua Sabino Viana, Bairro Monte Castelo, em Patos. O imóvel foi financiado pelo Banco do Brasil e a família paga todo mês a parcela no valor de R$ 520,00. O grande problema é que a família teve que sair da casa diante dos inúmeros problemas que foram surgindo logo com poucos meses que a casa estava sendo ocupada.
São tantos os problemas estruturais que surgiram que existe até dificuldade para elencar, mas alguns são bem visíveis: piso de cerâmica se desprendendo em todos os cômodos; telhado defeituoso e laje com infiltrações que danificaram o forro de gesso; calçada cedendo e com rachaduras preocupantes; garagem com afundamento; lateral de acesso ao muro com afundamento e séria penetração de água para a estrutura de sustentação do imóvel; paredes rachadas nos quartos e demais espaços; infiltração nas paredes; teto da área com rachaduras e infiltrações, dentre outros transtornos provocados por material de qualidade duvidosa usado na obra.
Em 2019, sem conseguir acordo com o construtor e proprietário da empresa responsável pela obra, a família decidiu mover uma ação no poder judiciário. O processo está na 7ª Vara Mista do Fórum Miguel Sátyro. Houve uma primeira audiência visando acordo, porém, sem sucesso e desde então se aguarda uma decisão judicial para punir os responsáveis ou mesmo se achar solução para o grave problema.
Temendo uma tragédia, vivendo o desconforto a cada chuva, caminhando dentro do imóvel e vendo a estrutura deteriorada, perdendo móveis, como foi o caso de duas camas e um guarda-roupas, a família decidiu sair da casa e agora estão em outra residência até que o poder judiciário se posicione. “É uma angústia tão grande! Fizemos tantos esforços para comprar essa casa e agora essa tristeza”, desabafou a senhora Ivanilda, que está em tratamento de saúde em São Paulo.
A família relatou que também buscou solução junto ao Banco do Brasil. Ana Paula disse que o banco tem responsabilidade, pois houve vistoria para liberar o financiamento do imóvel. Estranhamente, observou Ana, a casa foi liberada sem o vaso sanitário do banheiro e este só foi colocado pelo construtor após inúmeras cobranças quando a família já estava dentro do imóvel.
A reportagem do Polêmica Patos tentou contato telefônico com o proprietário da construtora responsável pela obra. Ligamos para os três números telefônicos que foram disponibilizados em nome de Arcenio Brito de Oliveira. Ele consta nos autos como o construtor e beneficiário do financiamento pelo Banco do Brasil.
Jozivan Antero – Polêmica Patos