A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda em todo o planeta o uso racional da água. O líquido mais precioso para a vida tem escassez em milhares de lugares nos mais diversos continentes. No semiárido nordestino, onde está localizada a cidade de Patos, sertão paraibano, a água deveria ter limitações, porém, jorra em abundância nas torneiras e é utilizada de diversas formas.
O tratamento e fornecimento de água potável é realizado em todo Estado através da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA). A empresa pertence ao Estado e presta relevantes serviços, por vezes complexos, para garantir uma qualidade no fornecimento.
Informações oficiais dão conta que houve o crescimento de mais de 25% no consumo de água no mês de novembro de 2021, em Patos. Os dados da CAGEPA servem de alerta para toda a sociedade e a região. Com mais de 110 mil habitantes, a cidade de Patos é privilegiada, pois os problemas no fornecimento de água são muito pequenos se comparado ao consumo que é surpreendente a cada ano. O crescimento do consumo de água neste período se dá pela elevação da temperatura, mas também por uso irracional.
“A gente vem modernizando o sistema do Município de Patos. Por isso estamos conseguindo abastecer sem utilizar aquele cronograma que tínhamos antes. O combate às perdas, principalmente furtos, é o que mais estamos fazendo, pois a quantidade de água que temos para distribuir é a mesma. Não alterou, mas combatendo as perdas é que sobra essa água e temos condições de manter toda cidade com água”, relatou Jonathas Raulino, diretor da CAGEPA/Espinharas.
Jonathas Raulino falou das reformas que estão sendo feitas na estação de tratamento que está localizada na Rua do Prado, centro de Patos. O R 1 como é mais conhecido, vem passando por melhorias estruturais. Os reservatórios no Bairro Sete Casas e próximo ao Presídio Procurador Romero Nóbrega também receberam melhorias. Sistemas de controle de vazão foram instalados para garantir acompanhamento por meios eletrônicos.
Recentemente, a CAGEPA/Espinharas firmou parceria com os proprietários do Loteamento Cidade do Sol, na Alça Sudeste, para garantir o atendimento de água na localidade e adjacências. No projeto inicial, a ideia era atender apenas o loteamento, mas a CAGEPA ampliou para melhorar o fornecimento de água para todos os demais setores do entorno.
“Hoje o povo de Patos acostumou com água direto nas torneiras. Quando falta, por motivo de manutenção, seja nas redes por vazamento ou estouramento na adutora, já ligam reclamando. Dizem logo: ‘faltou água hoje a tarde aqui na minha casa’. Mas tudo é questão de adaptação, hoje estão acostumados com água. As pessoas devem ter também reservatórios em casa para eventualidades. A CAGEPA vem garantindo água 24 horas nas torneiras, mas é necessário que cada um faça sua parte no uso”, destacou Jonathas.
Cidadãos conscientes do uso racional da água e líderes sindicais, a exemplo de Cícero Duarte, do Sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (STIUPB), estão preocupados com as movimentações do Governo do Estado da Paraíba junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). O temor é de que a CAGEPA seja entregue nas mãos do capital privado, tal qual aconteceu com a antiga SAELPA, hoje Energisa, que foi vendida por um valor irrisório e atualmente é uma das empresas mais ricas do nordeste e do Brasil.
Jozivan Antero – Polêmica Patos