A sedução do voto impresso

O Brasil juntamente com Suíça, Portugal, Noruega, Austrália, Canadá e outros estão entre os 46 países do mundo que usam a votação eletrônica para eleger os candidatos a cargos eletivos […]



O Brasil juntamente com Suíça, Portugal, Noruega, Austrália, Canadá e outros estão entre os 46 países do mundo que usam a votação eletrônica para eleger os candidatos a cargos eletivos (políticos) eleitos pelo povo. A votação eletrônica no Brasil foi criada por brasileiros e para o povo brasileiro, além disso, o software da urna é desenvolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Diante disso, o Brasil tem uma característica peculiar, pois diferente de países como os Estados Unidos (EUA) que ainda utilizam o voto por cédula de papel (voto impresso), o Brasil tem uma Justiça Eleitoral que é responsável por normatizar todo o processo eleitoral, sendo um sistema rígido e muito organizado. A contrário disso, lembre-se do episódio de toda a inquietação do povo estadunidense quando os simpatizantes de Donald Trump (candidato à presidência dos EUA), que foram incitados por esse candidato a protestar o resultado das eleições em 2020 naquele país, o mundo viu que o caso foi processado e decidido na justiça comum, justamente pela sociedade estadunidense não ter um órgão que normatize o processo eleitoral como há no Brasil.

De acordo com o Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (Idea) – uma organização intergovernamental que apoia democracias sustentáveis em todo o mundo e que conta com 34 países membros, entre eles o Brasil, afirma que 16 desses países adotam máquinas de votação de gravação direta sem haver qualquer interação com cédulas.

Sendo assim, a fiabilidade da urna eletrônica é inquestionável, pois é um aparelho programado para receber e contar os votos que são cadastrados para as seções eleitorais para as quais ela é utilizada, bem como a rigidez da identificação do eleitor pelos componentes da mesa receptora de votos (mesários) é cautelosamente seguida, pois os mesários são treinados pelos funcionários públicos do Tribunal Regional Eleitoral de cada Estado e as urnas jamais irão contar números de votos além do que está programado para as seções, bem como no caderno de votação consta o número de eleitores falecidos que eram cadastrados na seção e assim torna impossível alguém tentar votar com os documentos de pessoa falecida.

Numa era como essa da pós-verdade, o discurso de um ídolo carismático — entenda carismático como no sentido de poder convencer, de persuadir o seu ouvinte ou interlocutor — como foram as figuras da recente história contemporânea do mundo como o líder fascista Benito Mussolini da Itália, o líder nazista Adolf Hitler da Alemanha e agora no Brasil, o atual inominável Presidente da República, pois os seus ouvintes esquecem e ignoram a razão, porém impelido pela emoção e simpatia ao líder e ídolo, acreditam sem contestações em qualquer palavra pronunciada por ele, tanto que quem tem o mínimo de lucidez vê que a conversa é muito estranha e vai contra o que está previsto na legislação brasileira, o conceito de pós-verdade não se limita somente a esse exemplo do voto impresso, mas outros temas e aspectos que agitam a sociedade brasileira neste atual cenário caótico que o país vive.

Diante desse cenário, toda essa dúvida do momento no Brasil partiu do discurso do “carismático” presidente da República Jair Messias Bolsonaro, pois, mesmo estando no governo, ele não governa e ainda vive em campanha e, como um adolescente pirracento, se alimenta do embate diário através das mídias para fustigar o povo com as bravatas pronunciadas por ele. O TSE chegou a dar um prazo para que ele apresentasse provas das fraudes da eleição de 2018 que ele alega, mas a resposta, em tom incisivo e com ar jocoso, foi a afirmação de não ter obrigação de provar “nada para ninguém”.

O então presidente busca criar no Brasil um cenário perfeito no estilo da favela Rio das Pedras no Rio de Janeiro que o favoreça sempre “vencer” pelos votos de cédulas, tal qual na época que ele foi deputado federal e vigiado pela milícia que controla o mercado imobiliário das favelas carioca como também ficam controlando quais candidatos podem fazer propaganda eleitoral nos territórios controlados pelos integrantes delas, o que lembra um episódio não tão distante do passado do país, o voto do cabresto que era frequente nos estados do nordeste brasileiro, porém o hábito foi castrado depois do voto eletrônico. Além disso, ele se utiliza de todos os meios possíveis para desacreditar os órgãos da República para a população, bem como joga o povo do país contra os órgãos públicos responsáveis por regrar e normatizar a sociedade brasileira, entre eles o robusto sistema eleitoral do Brasil encabeçado pelo TSE.

Portanto, cabe ao povo brasileiro buscar investigar as intenções dos discursos que fazem duvidar das coisas sérias, buscar informações consistentes que permitam construir na sociedade um pensamento crítico que os tornem capazes de discernir as coisas, pois assim jamais permitirão serem enganados. Ademais, num cenário como o Brasil atual, onde a maioria da população, pouco atenta a ser informada, que é forçada a se ocupar somente com a sobrevivência e uma classe média distraída com entretenimentos banais e achar que não tem mais com o quê se preocupar, figuras como os “Bolsonaros da vida” sempre seduzirão o povo e sempre estarão ocupando os bancos dos cargos políticos para a triste infelicidade do povo do Brasil, pois onde há desinformação, a enganação faz a festa!

Foto: https://www.conjur.com.br/dl/abi-envia-representacao-bolsonaro.pdf

Veja também: https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2021/Maio/fato-ou-boato-alem-dobrasil-outros-46-paises-utilizam-urnas-eletronicas-nas-eleicoes https://www.idea.int/


Categorias: Colunistas