Não sei como ainda há quem acredite em tanta barbaridade dita por Bolsonaro.
Quem acredita nas barbaridades dele ou é muito “puxa-saco” ou não tem um mínimo de senso crítico.
Não vou relacionar aqui as centenas de barbaridades divulgadas por ele nestes dois anos e meio. Seria um nunca acabar. Vou citar só algumas delas, que trouxeram um enorme prejuízo ao país.
No início, segundo Bolsonaro, a pandemia era só uma gripezinha. A estas alturas já morreram mais de meio milhão de pessoas, desta gripezinha.
Depois que a pandemia se instalou em toda parte passou a recomendou Ivermectina e hidroxicloroquina como medicações contra o COVID 19. contrariando a opinião de cientistas de todo o mundo. Quem acreditou nele quebrou a cara. Muitos morreram por isso.
Depois esnobou a vacina dizendo que quem a tomasse viraria jacaré. Hoje todo mundo sabe que só não morreu mais gente, justamente porque a vacina já foi aplicada em grande parte da população.
Teve o desplante de dizer que quem deixava de comprar armas para comprar feijão era idiota. Quem será o idiota que vai tomar o seu conselho?
Resta-nos chorar justamente pelos mais de meio milhão de vítimas da pandemia, justamente porque o Governo não comprou a vacina em tempo, enganou os “bestas” com o kit COVID e desestimulou as medidas sanitárias recomendadas por cientistas de todo o mundo para minorar os efeitos da pandemia. Bolsonaro chegou ao desplante de provocar aglomerações e participar delas sem máscara, numa clara afronta às autoridades sanitárias.
Aliás, só se enganou com Bolsonaro quem bem quis. Ou quem tinha algum interesse escuso para ser acobertado.
E para quem votou nele enganado pelas promessas de campanha, onde está seu combate à corrupção, quando faz tudo para encobrir as maracutaias dos seus filhos? Onde está o combate à corrupção do seu governo quando estão aparecendo dezenas de denúncias de manobras feitas para conseguir propinas na compra das vacinas?
Onde está a sua política diferente, sem se acoloiar com o Centrão, quando hoje quem manda no Governo é o Centrão, enquanto ele só faz o que o Centrão quer?
Onde está o desenvolvimento econômico prometido, quando não se soube enfrentar os problemas trazidos pela pandemia, que resultou em milhões de desempregados, com famílias sobrevivendo com míseros trezentos reais por mês?
E o pior de tudo. O que temos hoje é um país, onde os poderes da República são desrespeitados pelo próprio Presidente, que vive insuflando a população contra o Congresso, contra os tribunais superiores, contra os governadores.
O que é que o grupo bolsonarista tem para oferecer até agora ao país? Facilidade para o porte-de-armas, permissividade nas agressões ao meio ambiente, liberalidade no uso de terras indígenas, destruição da legislação trabalhista, relaxamento da fiscalização às agressões ao meio ambiente e aos abusos de empresários contra os seus empregados.
Temos um governo que facilita tudo para o empresário que se dedica a atividades predatórias, contra a natureza e contra os trabalhadores. Um governo que acalenta os empresários chapa branca, enquanto os empresários lúcidos e bem informados jamais acreditaram nele, e agora estão manifestando livremente a sua preocupação com os rumos que a economia do país está tomando.
E o pior de tudo, tentam esconder sua incompetência com “fake news” ou alardeando os erros alheios na tentativa de justificar os seus. Praticam a mentira como quem muda de camisa.
O próprio presidente afirma uma coisa pela manhã e muda de opinião à tarde. Vive pregando seus disparates para um grupelho de fanáticos que chegam ao desplante de compará-lo com Jesus e aos seus adversários com Barrabás.
A jornalista Eliane Cantanhêde, colunista do Estadão, em comentário recente afirma textualmente:
“Diferentemente do que imaginavam o Planalto, assessores, aliados e bolsonaristas resilientes, o tempo não está contando a favor, mas contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Quanto mais 2021 avança e 2022 se aproxima, mais as condições de Bolsonaro se deterioram na política, na economia, na confiança dos cidadãos. Se ele acha que basta incendiar a internet e botar sua turma na rua, pode estar redondamente enganado.”
É uma conclusão das mais reais da situação a que chegou o Governo Bolsonaro. Tem contra si as igrejas realmente cristãs, os empresários lúcidos e praticantes das práticas de negócios honestos, os cientistas responsáveis e o povão que sofre com o desemprego, com a fome, com a desesperança de que as coisas melhoram com um governo que não está nem ai. E que, a cada crítica, responde simplesmente: E daí?
Mas ao final foi uma ideia. Quem tiver juízo vai aproveitar o feriadão da Independência para visitar os cemitérios onde estão os seus parentes e amigos, vítima da COVID. Para não esquecer de quem é o maior culpado por isso.
(Luiz Gonzaga Lima de Morais)