
Em entrevista à emissora de TV CNN Brasil, nesta terça-feira (3), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse que está nos Estados Unidos, e que, de lá, vai para a Itália, já que possui cidadania no país europeu. O objetivo da viagem foi escapar do Judiciário brasileiro. Ela foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por contratar um hacker para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça.
Zambelli afirmou que agora não teme ser alvo da polícia. “Se eu tenho o passaporte italiano, ele [Moraes] pode colocar a Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália (…) Eles vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, porque sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a justiça italiana me prenda e aí não vai ser o Moraes, vai ser a justiça italiana, estou pagando para ver um dia desses”, afirmou.
Ela argumenta que quer voltar ao Brasil para terminar seu mandato, mas que só o fará, quando “tiver a oportunidade” de se “defender legitimamente”.
Zambelli deve ir hoje para a Itália, diz Sóstenes
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Zambelli deve embarcar para Roma ainda hoje. De lá, deverá ir para alguma cidade no interior do país.
Na tarde desta terça-feora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão preventiva de Zambelli. Caberá ao Supremo decidir se determina ou não sua detenção. Ministros da Corte acreditam que ela deixou o Brasil para se livrar das condenações por invasão dos sistemas do CNJ (Conselho nacional de Justiça) e por posse ilegal de arma de fogo.
Sobre o advogado Daniel Bialski, que deixou sua equipe após a fuga, Zambelli disse que ele não foi avisado sobre a saída do Brasil. “Não falei para o meu advogado, e isso dá motivo suficiente para ele deixar o caso. Mas eu fiz isso para não prejudicá-lo”, acrescentou.
Na decisão que condenou Zambelli, os ministros da 1ª Turma declararam a perda automática do mandato da deputada, com chancela da Mesa Diretora da Casa. Os parlamentares avaliam, porém, que a decisão sobre a perda do mandato é do plenário da Câmara e não da Mesa Diretora.
ICL Notícias