Brasil 247
O Senado Federal escolheu, neste sábado (1º), Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência da Casa pelos próximos dois anos. Esta será a segunda passagem do parlamentar pelo cargo, que já ocupou entre 2019 e 2021. A eleição marcou um momento de forte articulação política, garantindo a Alcolumbre apoio tanto da base governista quanto da oposição. Ele obteve 73 votos dos 81 em seu favor.
Conhecido por sua atuação nos bastidores e por sua capacidade de articular consensos, Alcolumbre manteve influência na Casa mesmo durante a gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegando a comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante do Senado. Sua eleição reflete uma estratégia de equilíbrio entre forças políticas, reunindo apoio de legendas que, fora desse contexto, costumam estar em lados opostos do espectro político.
A composição da nova Mesa Diretora evidencia esse arranjo: o PL, principal partido de oposição ao governo federal, ficará com a primeira vice-presidência, ocupada por Eduardo Gomes (PL-TO), enquanto o PT, sigla do presidente Lula, indicou Humberto Costa (PT-PE) para a segunda vice-presidência.
Apesar do amplo apoio, algumas siglas se posicionaram contra ou optaram por não se envolver na disputa. O Novo e o PSDB foram os únicos partidos que não respaldaram sua candidatura, enquanto o Podemos deixou seus senadores livres para votar como quisessem.
Os colegas dizem que muito de sua força está em atender às demandas internas do Senado.
Em seu discurso na eleição, neste sábado, ele deixou isso bem claro:
“Não haverá democracia forte sem um Congresso livre, sem um Parlamento firme, sem um Senado soberano, autônomo, e independente”, afirmou.
Alcolumbre também sinalizou que vai batalhar pela liberação das emendas parlamentares, suspensas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou falta de transparência no processo. O governo havia acertado a liberação da verba em acordo com o parlamento.