‘PM deve ser expulso’, diz secretário sobre militar que matou motoqueiro de aplicativo em Camaragibe PE

Em entrevista, Alessandro Carvalho classificou como 'crime bárbaro' a morte de Thiago Fernandes Bezerra, no domingo (1º).



CÂMERA DE SEGURANÇA / REPRODUÇÃO
CÂMERA DE SEGURANÇA / REPRODUÇÃO

Rodrigo Fernandes, do JC

O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, classificou como um “crime bárbaro” o assassinato do motoqueiro de aplicativo Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, ocorrido no domingo (1º), em Camaragibe, no Grande Recife. O autor do crime foi um sargento da Polícia Militar. 

“Foi sem nenhuma razão. Ele (policial) desceu da garupa de um mototáxi e, após um breve diálogo, que eu não sei do que se tratava, ele puxou a arma, atirou e matou aquele trabalhador. Isso é uma exceção dentro de uma corporação como a Polícia Militar, que tem 16 mil homens e mulheres que acordam todos os dias e colocam suas vidas em risco para proteger a sociedade”, afirmou Carvalho, em entrevista exclusiva ao JC nesta segunda-feira (2). 

“Infelizmente, nós tivemos esse caso e ele vai responder pelo ato dele. Já está preso e deve ser expulso da corporação”, completou o gestor estadual. 

O CRIME

O policial militar, que não teve o nome divulgado, matou a tiros Thiago Fernandes logo após sair da moto, na Rua Barão de São Francisco, no bairro Alberto Maia. A ação foi filmada por uma câmera de segurança. 

Testemunhas contaram que o PM não teria pago a corrida, no valor de R$ 7, e que o motoqueiro desceu da moto e o confrontou. “Vai fazer o quê? Vai fazer o quê? Vai atira aí”, disse Thiago Fernandes, de braços abertos. 

Logo depois, o PM atirou em Thiago. 

O policial, que não teve o nome divulgado, entrou no condomínio, trocou de camisa e tentou fugir após o ocorrido. Ele foi localizado em um ônibus na Avenida Belmino Correia, e foi agredido por populares.

Após ser socorrido, o PM foi encaminhado para o Hospital da Polícia Militar, onde segue internado. Ele foi autuado em flagrante por homicídio. 

Na manhã desta segunda-feira (2), amigos e colegas de trabalho do motoqueiro realizaram um protesto pedindo por justiça.

Thiago trabalhava para se sustentar e pagar a moto alugada.