Em Patos, obras inacabadas em equipamento esportivo ganha destaque na Paraíba

Uma Vila Olímpica de ponta com pista de atletismo, piscina, campo de futebol. Um Centro de Iniciação ao Esporte para receber treze modalidades esportivas num território de vulnerabilidade social. Um […]



Uma Vila Olímpica de ponta com pista de atletismo, piscina, campo de futebol. Um Centro de Iniciação ao Esporte para receber treze modalidades esportivas num território de vulnerabilidade social. Um verdadeiro sonho para os atletas de Patos e de outros municípios próximos do Sertão paraibano. Uma espera de dez anos até se perceber que tudo não passou de um pesadelo. Agora, os dois equipamentos estão inacabados, abandonados, paralisados. E a previsão é que sejam necessários quase R$ 6 milhões extras para concluir ambas as obras.

Esse é parte das questões abordadas na segunda reportagem da nova série do JPB2, “Obras Inacabadas”, em que os repórteres Laerte Cerqueira e Beto Silva viajaram ao longo de cinco dias por 10 cidades, visitando 15 obras que foram iniciadas por gestores públicos, mas que nunca foram finalizadas, representando um grave prejuízo de dinheiro público. São quatro reportagens e a segunda delas, exibida nesta terça-feira (17), tratou de esporte e saúde.

Obras Inacabadas

Atleta desde pequeno, corredor promissor em busca de espaço na modalidade, o patoense Yago Edson é uma das pessoas que sofrem diretamente com o descaso do poder público. Ele tinha oito anos quando a obra foi iniciada, hoje tem 18 e segue sem uma pista adequada para treinar.

O jeito, assim, é correr pelo barro, em meio ao risco de sofrer lesões e de tempos em tempos precisando paralisar os treinamentos por causa de adversidades com o clima.

“Quando eu vejo um negócio desse assim é uma tristeza. Para a gente, que é atleta, para o esporte do estado, para a cidade de Patos também. Não tem a pista que é adequada para a gente. Eu sofro, e isso atrapalha muito no meu rendimento. A gente se adapta a treinar no bairro. Mas isso atrapalha porque tem a época chuvosa e eu deixo de treinar porque o barro está molhado”, desabafa.

Ele explica que, antigamente, treinava também no asfalto, para não ser tão prejudicado, mas o novo treinador dele alertou para os riscos de lesão no joelho. “Imediatamente ele pediu para eu encerrar esses treinos”, explicou.

Professor de educação física, Amberg Leitão comenta que a população local é a principal prejudicada com tudo isso.

“Poderia estar aqui um ambiente com uma pista de atletismo, para que as pessoas pudessem correr, fazer caminhada. Uma piscina olímpica ou semiolímpica. A gente poderia ter um campo de futebol. Ou seja, um equipamento que desse suporte para a população patoense para que ela angariasse mais saúde e lazer”, analisa.

Obra inacabada no Bairro Monte Castelo

Pai de Yago, o empresário Edson Leite Montenegro alerta que essa luta não é só para beneficiar o seu filho, mas todos os atletas, a população em geral da região que seria beneficiada com mais espaços de lazer e de prática de exercícios físicos.

Sobre o problema na Vila Olímpica, o atual secretário de Administração de Patos, Francivaldo Dias, admite que a obra já era para estar concluída e servindo o povo de Patos.

“Infelizmente, passou-se um longo tempo abandonada, sem se dar continuidade aos serviços, e só estão sendo retomadas agora”, pontua.

Ele diz, no entanto, que mesmo com tudo o que gestões passadas já gastaram, vai precisar retomar parcerias em busca de novas verbas. Por exemplo, ele fala de um convênio de R$ 1,6 milhão do Governo Federal e outro de R$ 1,3 milhão do Governo do Estado. Só com esses quase R$ 3 milhões, é que a obra deve sair do papel.

Aliás, é quase o mesmo valor que será necessário para concluir o Centro de Iniciação ao Esporte, que também está abandonado.

No caso do CIE, inclusive, Francivaldo Dias destaca que o convênio com o Governo Federal foi finalizado justo por causa da falta de execução e que a saída foi um convênio com o Governo da Paraíba, que vai praticamente pagar toda a obra. Serão R$ 3 milhões a serem liberados por convênio estadual, mesmo depois de já ter sido gasto algo em torno de R$ 800 mil na obra.

G1

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