Fé, Religiosidade e História: Procissão dos Homens leva multidão pelas principais ruas de Patos

Como evento religioso já tradicional e grandioso da cidade, a Procissão do Homens que teve início em 1954, aconteceu na noite desta quinta-feira (06), com saída da Igreja Nossa Senhora […]



Como evento religioso já tradicional e grandioso da cidade, a Procissão do Homens que teve início em 1954, aconteceu na noite desta quinta-feira (06), com saída da Igreja Nossa Senhora da Conceição, reunindo centenas de homens nas principais ruas de Patos, até a chegada na Catedral Nossa Senhora da Guia.

A Prefeitura Municipal de Patos, por meio da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes esteve presente neste momento único, junto ao historiador Romildo de Sousa, idealizador do Ponto da História , reunidos no Centro de Cultura Amaury de Carvalho, dando suporte aos que iriam participar da caminhada e mostrando um pouco da história da procissão.

Romildo juntou dados desde o surgimento da procissão, que teve início por um grupo de amigos formado por Vigolvino, Eduardo, Valdim de Mizael, Faustino Vieira e Fernandinho Mocinha, como eram conhecidos, até se transformar neste evento religioso e cultural.

Conheçam a história:

Acontece a partir da meia noite a tradicional Procissão dos Homens, evento singular que vem sendo realizado desde 1954, quando a população masculina do município de Patos se concentra em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição para dali sair em caminhada pelas principais avenidas da cidade cantando e orando e, assim, participando deste tradicional e grandiosíssimo evento religioso.

Um dos fundadores da Procissão dos Homens, Vigolvino – o Grande – que por muito tempo foi também sacristão, revelou que no início, toda quinta-feira da Semana Santa, juntava-se com alguns adeptos do ping-pong e ficavam jogando na sede da “Ação Católica”, instituição religiosa que ficava localizada ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Guia. Lá pelas tantas, quando as pessoas estavam dormindo e as ruas completamente desertas, eles iam até à Igreja da Conceição, pegavam o Senhor Morto e o traziam para a Matriz Diocesana.

Com o passar do tempo, segundo Vigô o número de participantes foi aumentando consideravelmente a cada ano. Em uma determinada ocasião a multidão já se tornava quase incontrolável. Numa destas oportunidades, ocorreu que alguns populares resolveram ir buscar o Caixão do Senhor Morto mais cedo que o previsto. Houve então um começo de tumulto, que foi controlado, após muito diálogo. Devido este acontecimento, a Igreja resolveu assumir, em definitivo, a Procissão. Naquela época, dirigia os destinos religiosos de Patos o Padre Francisco de Assis Sitônio, que foi vigário da Matriz de 1953 a 1959.

Por um longo período era da responsabilidade de Fernando Mocinha a tarefa de puxar o terço e os cantos da Procissão, contando ainda o apoio de Zé Neves do Banco do Brasil. Com a morte de Fernando, Rafael passou a desempenhar esta função, auxiliado por Agnaldo Sátyro e outros companheiros.

Encerrada a Procissão e feita as últimas orações, o Senhor Morto é levado para o interior da Igreja de Nossa Senhora da Guia, localizada na rua Solon de Lucena, onde tem início um dos momentos mais esperados pelos participantes da caminhada: a retirada das relíquias.


(Texto: Romildo de Sousa – Historiador)