Em Patos, sarau em homenagem ao centenário de Paulo Freire se torna espaço de resistência

Educadores, artistas, músicos, lutadores sociais, representantes de movimentos populares, dentre outros, estiveram presentes na noite deste domingo, dia 26, para prestigiar o sarau em homenagem ao centenário de nascimento do […]



Sarau ao centenário de Paulo Freire
Sarau ao centenário de Paulo Freire

Educadores, artistas, músicos, lutadores sociais, representantes de movimentos populares, dentre outros, estiveram presentes na noite deste domingo, dia 26, para prestigiar o sarau em homenagem ao centenário de nascimento do imortal Paulo Freire.

A atividade foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra  (MST) e aconteceu na Concha Acústica Nilson Batista, na Praça Edivaldo Mota, centro de Patos. O sarau se tornou espaço de resistência ao trazer músicas populares, fazer arte libertária e conclamar a todos e todas para conhecer a obra de Paulo Freire.

A exposição inicial ficou a cargo das professoras Klítia Cimene e Nádia Farias. Com muita propriedade, as educadoras resgataram o legado de Paulo Freire, infelizmente, tão atacado pelo momento de insanidade, negação da ciência, das ameaças à democracia e de descaso com a cultura. Paulo Freire, patrono da educação no Brasil, foi esquecido e atacado pelo Governo Federal e pelo próprio Ministério da Educação que deveria exaltar o seu nome.

As apresentações culturais ficaram a cargo de Cyda Dias, o rapper Evandro e seus amigos, além de poesias lidas por Gerlúzia Vieira, Fernanda Oliveira. O artista plástico Francleyton Brasileiro fez uma tela para registrar o encontro e apresentou o quadro ao final do sarau. A obra retratou o próprio sarau na Concha Acústica Nilson Batista.     

O advogado e professor José Lacerda Brasileiro, os professores Delzymar Dias, Maria Joseny, Gerlúzia Vieira e os demais que fizeram uso da palavra, deram contribuições para que o nome de Paulo Freire seja zelado e sua obra estudada para que o povo conheça a sua grande contribuição nacional e internacional para a educação libertária e que expandiu a capacidade da condição humana através da troca de experiências entre educador e estudante.

“No Brasil do século XXI, os 100 anos de Paulo Freire são o começo de mais uma luta, porque a necessidade de materializar as vivências freirianas se imperam. Hoje, estamos governados por tiranos, negacionistas, usurpadores, democraticamente eleitos pela nação que viu Paulo Freire dar o maior de todos os exemplos de que a educação vale a pena. Na contramão disso, nossas homenagens ao maior educador deste país, mais parecem apresentações de quem as dispensa; mais parecem atos reivindicatórios de seu valor, de seu legado; mais parecem apelos à visibilidade de seu povo, a quem ele ofertou uma vida e uma obra. O mundo respeita e aclama Paulo Freire, mas o Brasil ainda precisa conhecê-lo”, disse a professora Klítia Cimene.



Jozivan Antero – Polêmica Patos