O serviço “Ligue 180”, essencial no combate à violência contra a mulher no Brasil, registrou um aumento significativo nas denúncias provenientes da Paraíba em 2024. Até o mês de julho, foram contabilizadas 1.102 denúncias no estado, representando um aumento de 30,7 % em comparação ao mesmo período de 2023. Nacionalmente, o número de denúncias também cresceu, atingindo 84,3 mil relatos, um aumento de 33,5% em relação ao ano anterior.
Das denúncias feitas na Paraíba, 630 foram feitas por vítimas próprias, enquanto 471 foram feitas por terceiros. A maioria dos casos de violência ocorreu dentro do lar da vítima, com 505 denúncias registradas nesse contexto. As mulheres entre 35 e 39 anos são as mais afetadas, com 241 denúncias nessa faixa etária. Além disso, as mulheres negras representam a maioria das vítimas, totalizando 545 denúncias, e os principais agressores são esposos e companheiros (ou ex-companheiros), responsáveis por 390 dos casos.
O Ministério das Mulheres lançou, em agosto, a campanha “Feminicídio Zero — Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”, em um esforço para identificar e enfrentar situações de violência de gênero antes que evoluam para atos extremos, como o feminicídio. A campanha faz parte das atividades do “Agosto Lilás”, mês dedicado à conscientização sobre a violência contra a mulher, e coincide com o 18º aniversário da Lei Maria da Penha.
No dia 7 de agosto, uma projeção no Congresso Nacional destacou frases da campanha e promoveu a Ligue 180 como o principal canal de atendimento para mulheres em situação de violência. “O 180 tem a característica de ser muito mais preventivo e colaborativo”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Ela destacou a importância do serviço para aqueles que testemunham violência, mas não sabem como agir. “Se você precisa de informações, Ligue 180. Se você está em uma situação de emergência, ligue 190”, completou o ministro.
Neste mês, o Governo Federal também anunciou uma reestruturação da Ligue 180, que agora opera de forma independente da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, reafirmando seu papel como um serviço de utilidade pública essencial no enfrentamento à violência contra mulheres. O serviço é gratuito e está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana.