Em comentário recente a notícia sobre os quinze itens que seriam beneficiados com verbas dos parlamentares paraibanos, dissemos desconfiar de que não seria construído em Patos o Hospital de Traumas prometido para o Sertão, pelo Governador João Azevedo. Desconfiávamos de que o prometido Hospital de Traumas seria mais um “puxadinho” do Hospital Regional.
A nossa desconfiança foi confirmada pela vice-governadora Ligia Feliciano, em visita a Patos neste final de semana. Em matéria divulgada, nesta segunda-feira, dia 14 de novembro, pelo Notícias da Manhã, da Espinharas FM, vimos Ligia falar da visita que havia feito à área do chamado Complexo Regional de Saúde, onde será construído o pretenso Hospital de Traumas do Sertão.
Uma confirmação de que o Governo comandado por João Azevedo não tem o menor respeito pelo Sertão. João Pessoa tem um grande Hospital de Traumas construído em prédio próprio, com toda instrutura de atendimento, independente de outros equipamentos de saúde.
Campina Grande também ganhou seu Hospital de Traumas, independente de outros equipamentos e completamente equipado.
O Hospital de Traumas do Sertão tinha a mesma finalidade, com a função de atender a demanda de traumatizados de todo o Sertão, evitando a necessidade de deslocamento dos pacientes para Campina Grande e João Pessoa e, ao mesmo tempo, aliviando a demanda sobre os hospitais de traumas daquelas cidades.
Hoje, o Sertão da Paraíba tem em torno de um milhão de habitantes. A região de Campina Grande, em torno de um milhão e meio de habitantes. A região de João Pessoa, cerca de dois milhões de habitantes. Ou seja, o Sertão, com base na população tem demanda suficiente para um novo Hospital de Traumas e não para um simples “puxadinho”. E com isso desafogar os traumas de Campina e João Pessoa. A não ser que João Azevedo queira fazer um “puxadinho” em cada um dos hospitais das demais cidades-polo do sertão, como Sousa, Cajazeiras, Pombal, Cajazeiras e Princesa Isabel. Por simples interesse eleitoreiro.
E, mesmo assim, ninguém é burro para não saber que estes “puxadinhos” nunca terão as estruturas completas de um verdadeiro hospital de traumas. Os “puxadinhos” aproveitam partes do hospital base, como leitos e enfermarias, centro-cirúrgicas, copa e cozinha etc. É o que acontece, por exemplo, com o chamado Hospital do Bem, uma simples dependência do Hospital Regional de Patos.
Ou seja, João Azevedo que cumulou os patoenses de promessas durante quatro anos, dá mais um tapa na cara de quem acreditou nas suas promessas, enquanto constrói obras imponentes na capital e em Campina Grande, exemplos do Hospital da Mulher, em João Pessoa, e Hospital da Criança projetado para Campina Grande.
Mas, 2026 vem por aí, quando ele talvez pense em ser candidato a senador. Vamos esperar para lhe dar uma resposta à altura.
Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado