O terrorismo de Israel contra o povo palestino

EDITORIAL – Sob o pretexto de responder ao ataque de 07 de outubro do movimento islâmico Hamas, que vitimou 1.300 israelenses, o governo de Israel despeja toneladas de bombas sobre […]



EDITORIAL – Sob o pretexto de responder ao ataque de 07 de outubro do movimento islâmico Hamas, que vitimou 1.300 israelenses, o governo de Israel despeja toneladas de bombas sobre 2,3 milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, causando a morte de 2.750 civis (até o fechamento desta edição). Além dos bombardeios, Israel impede o fornecimento de água e de eletricidade, a entrada de alimentos, de remédios, e ameaça invadir o território palestino com 200 mil soldados.

Mas, apesar de a máquina de propaganda do governo israelense, apoiada pelos grandes meios de comunicação da burguesia mundial, apresentar sistematicamente o povo israelense como vítima e os palestinos como os agressores, os fatos se encarregam de desmascarar essa mentira. Vejamos.

Nos últimos 23 anos de conflito, morreram 2.600 israelenses e 13.000 palestinos. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de feridos em Gaza, Cisjordânia e Israel, nos últimos 15 anos, são os seguintes: 126.000 palestinos e 6.100 israelenses.

Vale dizer ainda que até as imagens divulgadas por Israel foram colocadas sob suspeita pelo seu maior aliado, os Estados Unidos: poucas horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmar que nunca pensou em ver imagens de crianças sendo decapitadas, o porta-voz da Casa Branca reuniu a imprensa e afirmou que nem o presidente dos EUA nem nenhum funcionário viu ou poderia confirmar se a informação divulgada por Israel era verdadeira ou não.

A ocupação do território palestino por Israel

Em 1947, o Reino Unido propôs dividir a Palestina em dois Estados, um judeu e um árabe, com Jerusalém sendo uma cidade comum. Um ano depois, foi criado o Estado de Israel. Em 1967, durante a guerra dos seis dias, Israel invadiu a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã. Após o fim da Guerra, Israel multiplicou por três o tamanho de seu território, tomando posse de terras férteis e de novas fontes de água.

Em 2008 e 2009, o governo israelense lançou a Operação Chumbo Fundido, afirmando ser uma resposta a foguetes lançados pelo Hamas. Resultado da Operação: 1.922 palestinos mortos e 45 israelenses.

Até hoje, Israel ocupa parte importante da Faixa de Gaza, da Cisjordânia e as Colinas de Golã. A parte da Faixa de Gaza onde estão mais de dois milhões de palestinos tem somente 41 km de extensão. Israel também vem ocupando a Cisjordânia com o financiamento de 430 mil colonos distribuídos em 132 assentamentos.

Como vemos, há décadas, Israel adota uma política de guerras e operações militares com o objetivo de expulsar os palestinos de suas terras. Esta política esbarra na coragem dos palestinos, um povo que ama sua terra, que quer continuar vivendo em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém e que luta para ter seu direito respeitado.

Em outras palavras, todos aqueles que condenaram veementemente o ataque do Hamas a Israel, se não quiserem ser chamados de hipócritas, têm o dever humanitário de denunciar os covardes e criminosos ataques de Israel contra o povo palestino.

As riquezas das terras palestinas

Mas qual o objetivo do terrorismo de Israel contra o povo palestino? Apesar de as imagens na TV mostrarem prédios, escolas e hospitais destruídos, a Palestina é uma região com importantes riquezas naturais. Essa conclusão foi revelada pelo documento O custo econômico da Ocupação do Povo palestino: O Potencial não realizado de Petróleo e Gás Natural, divulgado pela Unctad, órgão das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento, em setembro de 2021. O estudo da Unctad mostrou que estes recursos estão localizados na Area C da Cisjordânia e na costa do Mediterrâneo, ao longo da Faixa de Gaza. Precisamente na Bacia do Levante foram identificadas reservas de gás natural de 122 trilhões de pés cúbicos, enquanto a quantidade de petróleo pode atingir 1,7 bilhão de barris. A exploração desses recursos pode representar uma fortuna de 524 bilhões de dólares.

Eis a questão: os monopólios capitalistas da burguesia israelense, que controlam e dominam os sucessivos governos do país, querem se apossar das terras palestinas para explorarem essas riquezas. Por isso, defendem o genocídio do povo palestino, mesmo sabendo que a ampla maioria do povo de Israel quer a paz, e não a guerra. De fato, uma pesquisa publicada, no último dia 13 de outubro, pelo importante jornal judeu Jerusalem Post revelou que, de cada cinco israelenses, quatro culpam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pelo ataque do Hamas e querem sua renúncia.

Tem mais. Aliadas às grandes corporações norte-americanas, as companhias israelenses também pretendem desencadear novas guerras para aumentar seu poderio econômico no Oriente Médio, como mostram as frequentes ameaças de Israel de bombardear o Irã. A justificativa para essa política belicista é sempre a mesma: se Israel não ampliar suas fronteiras, novos atentados acontecerão contra o povo israelense.

Os fatos, porém, mostram o contrário: o militarizado Estado de Israel não é indestrutível
nem invencível e o seu endeusado sistema de inteligência, à frente o Mossad, é vulnerável.
Ademais, como mostrou a derrota dos EUA no Vietnã e a vitória da União Soviética sobre o nazismo, os impérios, por mais armas destrutivas que tenham e por mais treinados que sejam seus exércitos, acabam derrotados.

Na verdade, qualquer povo que oprime outro povo e nega a este o direito de viver em paz,
nunca será um povo livre, tampouco alcançará sua própria paz.


Editorial publicado na edição nº 281 do Jornal A Verdade.