Ação dos EUA impediu golpe no Brasil, diz ex-chanceler do México

Em comentário à CNN Internacional, o ex-chanceler mexicano, Jorge Castañeda, disse que os Estados Unidos tiveram participação importante em evitar um golpe de Estado no Brasil, ocorrido em 8 de janeiro de […]



Em comentário à CNN Internacional, o ex-chanceler mexicano, Jorge Castañeda, disse que os Estados Unidos tiveram participação importante em evitar um golpe de Estado no Brasil, ocorrido em 8 de janeiro de 2023. 

Questionado sobre a importância da gestão do presidente norte-americano Joe Biden na manuntenção de democracias na América Latina, Castañeda avalia a atuação do democrata como “decepcionante”, mas destaca o Brasil como uma exceção:

“Com a exceção do Brasil, os Estados Unidos não foram uma fonte de força para a democracia na América Latina, em um momento que ela estava enfraquecida por todos esses eventos que nós vinhamos falando. No caso do Brasil, sim, os Estados Unidos convenceram, persuadiram as Forças Armadas brasileiras a não perseguir um golpe militar contra o presidente Lula, que foi eleito no final do último ano e tomou posse em primeiro de janeiro, e foi quase deposto em um golpe com grande participação militar em 8 de janeiro. Os EUA tiveram um importante papel em fazer com que isso não tivesse sucesso. Mas no caso do México, no caso de El Salvador e no caso de outros países, os Estados Unidos não vêm sendo uma presença forte pelo fortalecimento da democracia na América Latina”, disse Castañeda, em transmissão que foi ao ar no último dia 19 de agosto. 

Cientista político e economista, Castañeda foi secretário das Relações Exteriores do México de 2000 a 2003, durante a presidência de Vicente Fox.

O ex-chanceler do México também escreveu livros sobre os movimentos de esquerda na América Latina, incluindo uma biografia sobre Che Guevara.

8 de janeiro

Atualmente, os atos ocorridos no Brasil em 8 de janeiro de 2023 são objeto de investigação por uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional, além de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Na ocasião, manifestantes foram à Esplanada dos Ministérios e depredaram os prédios-sede dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na capital federal, com saques de objetos de valor histórico.

Resta saber ainda qual teria sido a participação das Forças Armadas no movimento. Populares envolvidos nos atos pediam intervenção militar – e estiveram instalados por meses em frente ao Quartel General do Exército em Brasília antes do 8 de janeiro.

A Tarde