A direção da Maternidade Dr. Peregrino Filho, em Patos, enviou nota se posicionando sobre a denúncia da advogada Shirley Dantas Wanderley, que tornou público o caso de possível violência obstétrica ocorrida contra a jovem Cristiane Pereira da Silva, 29 anos, que teve seu primeiro filho na manhã do domingo, dia 08 de agosto, no referido órgão.
Diz a nota:
“Quanto ao caso relatado a este veículo de imprensa, segue o esclarecimento a seguir:
O caso relatado refere-se a gestante primigesta, em gestação termo, onde apresentou rotura das membranas ovulares.
A paciente foi avaliada em pronto socorro e uma vez apresentando boa vitalidade fetal (conforme farta documentação anexa em prontuário) optou-se pela internação e indução do trabalho de parto, conduta de acordo com os melhores protocolos médicos, recomendado inclusive pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde.
Durante a indução do trabalho de parto, a paciente foi sempre avaliada pela equipe obstétrica, apresentando boa evolução do trabalho de parto, ou seja, contrações uterinas rítmicas e dilatação progressiva do colo uterino.
Em um dado momento, após a avaliação do obstetra, a parturiente apresentou dilatação total, com o feto já próximo a nascer por via vaginal, com boa vitalidade, mas relatou não mais suportar as dores advindas das contrações uterinas, sendo que a equipe de plantão optou pelo parto cesáreo.
A cirurgia foi realizada com sucesso e o bebê nasceu com excelente vitalidade e encaminhado junto com sua mãe a enfermaria.
Após avaliação do caso, não se encontrou indício de violência obstétrica. Muito pelo contrário, o que ocorreu foi a evolução do trabalho de parto de forma segura e adequada, mas infelizmente a gestante não logrou êxito em ter seu filho pela via vaginal, o que ocorre na minoria dos casos.
Ressaltamos novamente, com base em diversos estudos científicos mundiais, que a via de parto vaginal é, comparada com a cesárea, a via mais segura para paciente, com menor risco de atonia, hemorragia, infecção e morte materna, e deve SEMPRE ser estimulada.
Reitero não ter encontrado em prontuário NENHUMA evidência de violência obstétrica, o que contraria a “denuncia” feita por terceiro a este veículo de imprensa.
Infelizmente nosso país vem de uma realidade em que temos uma EPIDEMIA de partos cesáreos. E todos que compõem a equipe de atenção à saúde materna vem fazendo enorme esforço em mudar essa realidade.
INCENTIVAR o trabalho de parto de forma responsável e segura NÃO é violência obstétrica, muito pelo contrário, é oferecer a mamãe e seu bebê a melhor via de parto.
Tudo o que envolve o trabalho de parto como as contrações (e as consequentes dores de parto), a dilatação e a dinâmica do bebê intra-útero são partes de um complexo fenômeno que foi assim determinado para trazer o ser humano à vida. É assim a séculos e será assim por muitos outros, pois é a via natural.
O parto cesáreo deve ser reservado a ocorrência de alguma intercorrência, como alternativa a resolução da gravidez, devendo ser indicada com critério pelo médico obstetra que presta a assistência após minuciosa avaliação. É, por assim dizer, um ato de conduta médica. E foi EXATAMENTE o que aconteceu: após avaliação médica, foi indicada a cesárea.
Portanto, a Maternidade Dr. Peregrino Filho segue com seu papel de retaguarda na promoção da saúde materno-fetal, com condutas sempre baseadas em bons protocolos clínicos e disposta sempre ao diálogo público sadio”.
Atenciosamente,
Jefferson MM Freitas
Diretor técnico
Médico Obstetra
Jozivan Antero – Polêmica Patos