No dia 09 de junho de 2020, Suellen Araújo, na época com 36 anos, sofreu um gravíssimo acidente quando trafegava com sua moto na Alça Sudeste, em Patos. Na noite chuvosa, ela colidiu com um veículo, sofrendo sequelas pelo corpo, sendo o mais grave no seu braço esquerdo, que ficou dilacerado.
Suellen foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e passou por cirurgia que mudaria em definitivo sua vida. Ela teve o braço amputado, superou limitações físicas e mentais e, atualmente, é uma pessoa com deficiência.
Na noite desta quarta-feira, dia 18 de dezembro, Suellen foi com seus dois filhos ao cinema do Patos Shopping. Ela relatou em sua rede social que passou por constrangimento e expôs a situação:
“Hoje quero compartilhar uma experiência que me deixou profundamente abalada e decepcionada. Sou uma pessoa com deficiência, e como todos os cidadãos, tenho direitos assegurados por lei.
Aqui em Patos existe uma LEI municipal Nº3.829/2009 .
Autor: Vereador Francisco Sales Mendes Júnior. Sancionada pelo prefeito Nabor Wanderley hoje atual prefeito; que diz:
INSTITUI NO MUNICÍPIO DE PATOS-PB A ISENÇÃO PARA OS DEFICIENTES FÍSICOS EM ESTABELECIMENTOS CULTURAIS E DE LAZER, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O PREFEITO CONSTITUCIONAL DE PATOS, ESTADO DA PARAÍBA.
Lei:Nº3.829/2009
Faço saber que o Poder Legislativo DECRETA e eu sanciono a seguinte
“Art. 1º Institui no município de Patos-PB a isenção para as pessoas com deficiência física em estabelecimentos culturais e de lazer.
Parágrafo Único Os estabelecimentos abrangidos por esta Lei, serão os destinados à diversão, de espetáculos teatrais, músicas e circenses, exibições cinematográficas, eventos esportivos e outros similares nestas áreas.
Infelizmente, esses direitos nem sempre são respeitados, e foi exatamente isso que aconteceu comigo ontem no cinema do Patos Shopping.
Ao tentar exercer algo tão básico quanto o meu direito de acesso, fui tratada com descaso pela gerente, cujo nome se chama… que desdenhou das normas que nos protegem. Foi uma situação constrangedora na frente de meus filhos e pessoas ao redor. Desumana, despreparada profissionalmente, mal-educada.
Eu me senti invisível, envergonhada em um lugar onde eu deveria ser acolhida e respeitada como todo cidadão de bem.
É triste perceber que, em pleno século XXI, ainda precisamos lidar com a falta de empatia e com a negligência em relação à inclusão.
Não peço privilégios, apenas o respeito às leis que garantem minha dignidade e igualdade.
Essa experiência me fez refletir sobre o quanto precisamos avançar como sociedade. Não é apenas sobre infraestrutura ou acessibilidade, mas sobre o respeito e a valorização de cada indivíduo. Lamento profundamente ter passado por isso e espero que nenhum outro PCD tenha que enfrentar algo semelhante.
Seguirei firme na luta por respeito, porque cada vez que uma voz é silenciada, um direito é ignorado. E isso não pode continuar”A reportagem buscou a assessoria de comunicação do Patos Shopping, mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta sobre o fato exposto.
Suellen fez o seguinte relato em áudio ao Polêmica Patos:
Jozivan Antero – Polemica Patos
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