Uso excessivo dos jogos virtuais é semelhante à dependência de uma droga, diz psicanalista, em Patos

O Blog do Jordan Bezerra entrevistou o Dr. Francisco Almeida, na tarde desta terça-feira (22), que é doutor em Filosofia, com formação em psicanálise e em Teologia, para falar sobre […]



O Blog do Jordan Bezerra entrevistou o Dr. Francisco Almeida, na tarde desta terça-feira (22), que é doutor em Filosofia, com formação em psicanálise e em Teologia, para falar sobre os perigos do uso abusivo das redes sociais, sobretudo dos jogos que provoca uma dependência semelhante as drogas convencionais.

O Blog então solicitou que o profissional fizesse uma análise dessa conjuntura, do ponto de vista do vício virtual, levando em conta uma abrangência total, desconsiderando casos específicos. Dr.Francisco destacou a influência no comportamento individual causado pelo uso da internet.

“Hoje se trata as redes sociais, o uso excessivo das redes sociais e dos jogos onlines como uma adicção, como uma dependência de maneira semelhante, por que não dizer igual, à dependência química das drogas, por exemplo. Então quando a gente acompanha uma pessoa que é usuária de drogas a abordagem terapêutica ela é semelhante à abordagem terapêutica dos acompanhamentos de quem tem dependência virtual, dependência de jogos, dependência de redes sociais. A natureza é a mesma porque as reações são muito semelhantes. Então o processo de abstinência quando você não tem acesso às redes sociais, ou aos jogos onlines, a reação psicologicamente é muito semelhante à reação de abstinência ao uso das drogas.[…] Basta ver como nós nos irritamos, e como nós ficamos inquietos e angustiados quando, por exemplo a internet da nossa casa desaparece. […] Como a gente fica perturbado mentalmente.”

O psicanalista demonstra a necessidade da organização familiar acerca da temática do mundo virtual, a fim de preparar os jovens para esse meio.

“Os jogos exercem um fascínio incrível sobre as pessoa, eles enviam as notificações constantemente dizendo que você tem que jogar. […] É preciso cuidar disso, num processo de prevenção. É preciso organizar o tempo de uso dessas redes sociais, o tempo de uso do smartphone, o tempo de uso dos jogos online, que tipo de jogos se está jogando, os pais precisam acompanhar isso desde muito cedo. […] É um fenômeno dos nosso tempos, não tem como evitar isso. […] A partir do consenso, da negociação, da empatia familiar, do afeto familiar. Usa-se dessas estratégias para conseguir estabelecer ali um regramento de uso.”

Dr. Francisco evidencia a importância do convívio coletivo, diversificando as atividades pessoais dos indivíduos.

“É preciso alimentar os momentos coletivos, para que a criança possa envolver-se com outras atividades que não seja só a atração irresistível do smartphone. […] Hoje é um dos maiores problemas das famílias, é esse problema do uso indiscriminado, ilimitado do mundo virtual. […] Nós adultos somos controlados por grupos, que nos manipulam, que impõe a nós uma versão, um relato, uma visão de mundo absolutamente estúpida, ignorante, desumana, cruel, intolerante, violenta, mas nós vamos assimilando isso como verdade.”

Por fim, o profissional deixou um recado para a parcela populacional que procura soluções para a dependência tecnológica no cenário atual.

“Se na sua casa já tem uma situação instalada de dependência e você não sabe como lidar com isso, como começar o processo que é sempre muito desafiador de intervenção para tentar diminuir o impacto disso, procure um profissional. Procure um psicólogo, procure um psiquiatra, procure alguém que possa te ajudar a planejar um processo de intervenção.”

 
Blog do Jordan Bezerra

Ouça relato do psicanalista Francisco Almeida: