No dia 18 de julho de 1.997, o Governo Federal vendeu ao capital privado a Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA). Foram 4.679 quilômetros na parte da área nordeste que custou pouco mais de 15 Milhões de Reais ao capital privado. O Governo Federal ainda dividiu em 108 parcelas trimestrais e deu três anos de carência para começar a pagar. Um negócio de pai generoso para filho. O Grupo Vicunha deu 6 Milhões e 600 Mil Reais de entrada apenas e começou a explorar o serviço de trens.
Após usar por vários anos a gigantesca estrutura cortando centenas de cidades, com trens de carga, vagões enormes, pontos de apoios, logística, centenas de trabalhadores e uma infraestrutura invejável com transporte barato e sem causar problemas de tráfego, chegando inclusive a desafogar as rodovias, os trens foram abandonados juntamente com toda a estrutura que foi virando sucata.
Na região de Patos, a reportagem do Polêmica já fez várias matérias denunciando o total abandono dos trilhos, invasão de áreas da RFFSA, descaso com a infraestrutura, como é o caso da antiga estação ferroviária no centro da cidade, bem como aterramento de trilhos por trechos urbanos e rurais por onde passavam três de cargas e até de passageiros.
Na manhã desta segunda-feira, dia 09, a reportagem foi informada que vários metros de trilhos entre o Bairro Salgadinho e a Barragem da Farinha vem sendo furtados de forma aberta e sem receio algum de punição, pois, em decorrência do abandono, os criminosos agem impunemente retirando o patrimônio que deveria voltar ao poder estatal.
Enquanto o abandono permanece, as rodovias são tomadas por caminhões e carretas no transporte de mercadorias e de materiais diversos. Desta forma, o transporte por trens faz parte de um passado recente e que agora evidencia o descaso total dos governantes que entregaram a RFFSA ao capital privado que usou e depois abandonou devolvendo à União.
Jozivan Antero – Polêmica Patos