CRAM Patos tem atendimento de destaque às mulheres vítimas de violência doméstica

Após vir à tona as agressões sofridas por Pamella Holanda pelo seu ex-marido, Dj Ivis, o debate da violência doméstica ganhou notoriedade nacional e causou revolta. Nesta terça-feira, dia 13 […]



Após vir à tona as agressões sofridas por Pamella Holanda pelo seu ex-marido, Dj Ivis, o debate da violência doméstica ganhou notoriedade nacional e causou revolta.

Nesta terça-feira, dia 13 de julho, a Coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) de Patos, Francisca Lavor, foi entrevistada na Rádio Universidade para falar dos serviços oferecidos à mulher vítima de violência doméstica. Somente no mês de junho, o CRAM de Patos realizou pelo menos 30 atendimentos.

Para ser atendida no CRAM, não é necessário que a mulher faça a denúncia podendo a mulher se dirigir direto ao CRAM onde ela passará pelo atendimento psicológico, de enfermagem, jurídico, realizado por uma equipe multidisciplinar, assim como os métodos de prevenção, apoio e assistência.

“Nós temos uma equipe multidisciplinar: assistente social, psicóloga, advogada, enfermeira para atendimento a essas mulheres. Lá, é feita uma triagem logo que a mulher nos procura. Essa mulher decide se ela quer ou não fazer o BO (Boletim de Ocorrência)”, explicou Francisca Lavor.

Ela ainda acrescentou que o CRAM, que é ligado à Secretaria Executiva da Mulher e ao Gabinete do Prefeito, recebe encaminhamentos da delegacia da mulher, do Ministério Público, Conselho Municipal da Mulher e de outros órgãos para os atendimentos, sendo que, caso necessário, também pode fazer encaminhamentos para outros órgãos do município, a exemplo do CRAS e toda a Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.

Durante a entrevista, Francisca informou que ainda persiste a questão da vítima não ter sua independência financeira para poder deixar o companheiro ou marido, mas que o CRAM procura fazer com que a mulher busque essa independência. 

Os canais de denúncia com relação à violência doméstica são: 180 (Central de Atendimento à Mulher), 3423 2237 (Delegacia da Mulher) ou 190 da Polícia Militar.

No encerramento da entrevista, Francisca pediu que as mulheres vítimas de violência doméstica não se calem e busquem os meios de denunciar o agressor.

Delegada

A delegada da delegacia especializada da mulher de Patos, Silvia Alencar, também participou, por telefone do programa Hora Onze. Ela destacou que a mulher deve ficar atenta aos primeiros sinais de violência praticados pelo seu companheiro, namorado, marido ou por alguém de sua família, tendo em vista que a violência doméstica também engloba a violência familiar.

Silvia enumerou todos os passos que apontam os traços de violência, características essas também relatadas pela vítima do DJ Ivis nessa semana.

“Seja por lugares que ela vá, telefonemas que ela dá rede social, controle da roupa que ela veste, ela não poder visitar familiares. E tive a oportunidade de ouvir a entrevista de Pammela, ela narrou tudo isso. Ela não tinha acesso a dinheiro, a rede social, à família dela. De todas as formas ele tentou impedir que ela não tivesse contato com o mundo externo para que ela não relatasse a situação da violência que ela vivia”, disse a delegada.

Dra Silvia afirmou que a denúncia precisar vir de uma mulher entendida de seus direitos, fortalecida, bem orientada.

Patos Verdade