Aos 80 anos de idade, o senhor José Firmino dos Santos, conhecido popularmente por Dedé de Helena, tem uma história ligada ao forró, à cultura nordestina e reafirma suas raízes de sertanejo. Na manhã desta quarta-feira, dia 29 de junho, o sanfoneiro Dedé de Helena recebeu a reportagem em sua residência no Bairro Belo Horizonte, em Patos.
Dedé de Helena aprendeu os primeiros acordes de sanfona com Manoel Valadares, outro grande sanfoneiro de Patos. Em 1962, Dedé de Helena comprou sua primeira sanfona. Ele tocava nas festas quando Manoel Valadares dava a oportunidade para que o amigo mostrasse sua capacidade ao manejar o instrumento.
No início da década de 60, Dedé de Helena já estava entre os vários nomes do forró autêntico, o forró pé-de-serra. O sanfoneiro falou de forma saudosa das festividades de final de ano, do São João e São Pedro, grandes momentos dos meses de junho e julho que apresentaram a cultura nordestina para o Brasil e o mundo.
Durante a entrevista, Dedé foi perguntado sobre as festividades de São João e São Pedro da atualidade e respondeu. “Eu vejo isso com muita tristeza! O São João hoje está muito modificado. Estão matando as tradições mesmo! O São João falado era aquele que Luiz Gonzaga criou…retratava o São João mesmo. Hoje não é bom nem o cara falar! Uma festa dessa que acontece aqui, não só aqui, mas em Campina Grande, Caruaru e em todo canto, as músicas são dez por cento de música junina e o mais é aquele misturada que não dá nem para se ouvir! Eu tenho muito desgosto com isso…”.
Dedé de Helena, recentemente, recebeu a visita do sanfoneiro Douglas Marcolino, um dos maiores nomes da sanfona do Brasil e que mora em Paris, na França. Dedé perguntou de que o jovem sanfoneiro vive na França. Para surpresa de Dedé, Douglas respondeu que toca forró pé-de-serra. “Lá ele vive tocando pé-de-serra direto. E a terra do forró que é aqui, o Nordeste brasileiro, se encontra numa situação dessa! Dá desgosto e até raiva mesmo!”, desabafou Dedé.
Polêmica Patos
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