O Governo do Estado andou anunciando a sua pretensão de construir um Centro de Convenções no interior do Estado, a exemplo dos que já existem em Campina Grande e João Pessoa.
Ainda não se anunciou onde seria este centro de convenções que seria muito importante para a cidade de Patos, por possibilitar a realização de grandes eventos e de shows artísticos já que Patos não dispõe de um equipamento deste tiço, a não ser na UNIFIP onde poderia incomodar a comunidade universitária em determinados dias e momentos.
Recentemente andou-se falando na possibilidade de o Shopping Sebrae ser reformado e ser adaptado para funcionar como um Centro de Convenções.
Seria uma excelente ideia, pois o equipamento tem condições de sofrer uma transformação para acolher grandes eventos e está praticamente ocioso, com a utilização apenas da estação de passageiros da Rodoviária.
É uma pena, por exemplo, terem tirado de lá a Casa da Cidadania, com a pífia desculpa de que ficava distante do centro da cidade, como se não fossem também distantes a Rodoviária, o Ministério Público Estadual, o Centro Administrativo Aderbal Martins, várias repartições municipais, a sede da STTRANS e nem por isso deixarem de ser utilizados pela população dos mais diversos bairros da cidade. E em um futuro que não se sabe se próximo ou remoto, teremos o Hospital de Traumas do Sertão, duas vezes mais distante do centro do que o Shopping Sebrae.
O prédio citado é amplo e tem capacidade para receber uma reforma que o transforme no Centro de Convenções do Sertão, a menos que queiram fazer um prédio novo em algum outro local, só para render dinheiro para alguém próximo dos governantes, ou paparicar alguma liderança política de outra cidade, com olhos nas próximas eleições. Ao mesmo tempo, se estaria recuperando aquele equipamento que se transformou num verdadeiro “elefante branco”, com uma utilização ínfima apenas pela utilização da estação rodoviária.
Enquanto se está alongando a cidade para o leste, vai ficando uma área próxima ao atual Rodo shopping e à Alça Sudeste sem utilização, quando se poderia adensar a urbanização também daquela área. Por que o Estado não adquiriu uma área ali, para a construção do Hospital de Trauma, por exemplo, preferindo receber a doação de um empresário local, preocupado em valorizar o seu próprio loteamento? Ou o interesse foi da própria administração municipal que deveria ter adquirido um terreno para doar ao Estado?
Tanto o Estado quanto o município devem levar em consideração o interesse da própria cidade, ao planejar os seus investimentos. Um equipamento como o Hospital de Traumas ou um Centro de Convenções são muito importantes para uma cidade como Patos, mas precisam também levar em consideração os interesses do adensamento da sua urbanização, para aproveitar a infraestrutura preexistente. De que adianta Patos ter crescido tanto, sem ter uma infraestrutura de abastecimento de água (a nova Brasília penou anos, com a falta d’água) e o esgotamento sanitário, hoje precaríssimo.
A prefeitura tem obrigação de promover o progresso da cidade e de cobrar do Governo Estadual a participação que lhe cabe dar, afinal, deputado estadual e deputado federal, não servem só para “babar” governador e presidente e o grupo Motta sempre elegeu deputados estadual e federal na região, que parece não sabem brigar pelos interesses do município, apenas zelar pelos próprios interesses.
(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias a Manhã, da Espinharas FM, em 03/01//2025).