Agências dos Correios farão atendimento presencial às vítimas de fraudes do INSS

Segundo o Ministério da Previdência Social, serão mobilizadas 4.730 agências em 66% das cidades brasileiras



O governo federal anunciou nesta quinta-feira (22) que começará o atendimento presencial às vítimas de fraudes e descontos indevidos no INSS no próximo dia 30. Esse atendimento será feito apenas nas agências dos Correios, e não nos postos de atendimento do próprio INSS.

Segundo o Ministério da Previdência Social, serão mobilizadas 4.730 agências em 66% das cidades brasileiras. O atendimento virtual pelo aplicativo Meu INSS ou pelo número de telefone 135 segue em vigor, e oferece os mesmos serviços.

A ida a uma agência é apenas uma opção adicional. Segundo o governo, como os descontos já foram suspensos e o ressarcimento ainda não começou, não é preciso correr e nem formar filas.

Segundo a diretora de Governança e Estratégia dos Correios, Juliana Agatte, as agências prestarão os seguintes serviços:

  1. identificar se o aposentado ou pensionista sofreu descontos mensais – e qual foi a entidade responsável;
  2. protocolar pedido de informações adicionais;
  3. informar o retorno do INSS sobre esse pedido, e a data para essa nova visita aos Correios;
  4. orientar o beneficiário sobre como fazer a contestação e o pedido de ressarcimento.

Segundo a diretora, a lista das agências dos Correios com esse atendimento presencial estará disponível nos sites dos Correios e do INSS ou pelo telefone 135.

Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller, quem for ao atendimento presencial pode levar apenas um documento de identidade. Não é preciso apresentar contracheque, por exemplo. 

Se o beneficiário tiver dificuldades de locomoção, pode enviar um representante com “procuração devidamente autêntica”, assinada. O representante poderá consultar, junto aos Correios, se a pessoa foi vítima de descontos indevidos. 

“Nem o INSS nem os Correios mandam carta, mandam mensagem. É você que entra na página, no 135, ou que vai nos Correios”, explicou Waller. 

O que se sabe sobre a fraude

Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas ofereciam o pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados dos beneficiários.

Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos “em lote” pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a “explosão” de fraudes. 

  • A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) dizem que o prejuízo pode chegar a R$ 6 bilhões, considerados os anos de 2019 a 2024.
  • A Advocacia-Geral da União (AGU entrou neste mês com um pedido de bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 associações investigadas.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão no início deste mês. A avaliação, nos bastidores do governo, é que houve omissão de Lupi. 

Uma reportagem do Jornal Nacional revelou que o ministro recebeu os primeiros alertas em junho de 2023 e levou quase um ano para agir. 

Alessandro Stefanutto, que presidia o INSS e foi indicado ao cargo por Lupi, foi demitido após o escândalo ser revelado. Ele foi alvo de uma operação da PF para colher provas da fraude.

Por G1