Onda de calor é uma das responsáveis por alta no preço dos ovos no Brasil

Altas temperaturas que atingem o Brasil afetam a produtividade das aves, que produzem menos ovos



Portal Band

ovo virou o assunto da vez nos Estados Unidos na semana passada. Por lá, uma dúzia está custando mais de R$ 60 (em torno de US$ 12) e a alta tem a ver com o surto de gripe aviária (H5N1) que atingiu as granjas americanas e levou o sacrifício de milhares de galinhas. Mas, aqui no Brasil, o preço do ovo, que estava mais baixo desde o ano passado, também subiu.

Agora em janeiro, calor intenso fez a produção cair (aves são muito sensíveis a altas temperaturas e isso afeta a produção). De acordo com especialistas, temperaturas acima de 28ºC já afetam a produção de ovos devido ao estresse térmico das galinhas. Em regiões como Bastos (SP), um dos maiores produtores de ovos, desde dezembro, as temperaturas estão em torno de 33ºC a 36ºC.

As exportações de ovos aumentaram, chegando a 2,3 mil toneladas, e os custos de produção também, com elevação de 30% no preço do milho e de mais de 100% nos custos de insumos de embalagens . Estes fatores elevaram os preços dos ovos.

No ano passado, o preço médio dos ovos chegou a cair 30% entre os meses de março e setembro. Isso aconteceu porque houve um aumento no número de galinhas poedeiras, nas granjas nos principais polos de produção de ovos, e consequentemente, na oferta. Dados do IBGE apontaram que o número de galinhas aumentou 1,4% entre junho e setembro e o de ovos, 3%.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) esclarece que a alta registrada no preço dos ovos é uma situação sazonal, comum neste período do ano (pré e durante a Quaresma) e que, após longo período com preços em baixa, a comercialização de ovos aqueceu por uma demanda natural da época, quando há substituição de consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos. 

Conforma a ABPA, os produtores esperam que o mercado deverá se normalizar até o final do período da quaresma, com o restabelecimento dos patamares de consumo das diversas proteínas. 

Outros alimentos, como hortaliças, legumas e frutas da estação, por exemplo também podem ter o preço afetado nas próximas semanas, devido à onda de calor. Itens como abobrinha, pepino e tomate, já foram considerados, em janeiro, os maiores responsaveis pelas altas nos preços dos alimentos.