Alckmin celebra avanço na produção nacional de insumo para tratamento de doenças autoimunes

Aprovação da Anvisa permite que a Bionovis produza 100% do IFA do Infliximabe, reduzindo dependência externa e fortalecendo o Complexo Industrial da Saúde



Brasil 247

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, celebrou nesta segunda-feira (10) um marco para a indústria farmacêutica nacional: a aprovação da Anvisa para que a empresa Bionovis produza no Brasil o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) do medicamento Infliximabe, utilizado no tratamento de diversas doenças autoimunes. O anúncio ocorreu durante uma visita de Alckmin à planta da empresa em Valinhos (SP).

“Esse dia é histórico. Isso é um grande salto científico para o Brasil”, afirmou Alckmin, destacando que a iniciativa é um exemplo bem-sucedido da Política Estruturante das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP), que busca ampliar a produção nacional de insumos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Redução da dependência externa e investimentos estratégicos

Atualmente, o Brasil importa cerca de 95% dos IFAs imunobiológicos. Com a aprovação da Anvisa, a Bionovis passa a produzir integralmente o insumo para o Infliximabe no país, reduzindo a dependência de fornecedores externos e fortalecendo o Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

A Bionovis é resultado de uma parceria entre quatro grandes indústrias farmacêuticas brasileiras—EMS, Hypera, União Química e Aché—e foi criada com o objetivo de avançar na produção de anticorpos monoclonais, uma tecnologia de ponta na área da biomedicina.

Alckmin ressaltou que a iniciativa conta com o suporte de políticas públicas do governo federal, como o programa Nova Indústria Brasil (NIB), e investimentos do BNDES e da FINEP para pesquisa e inovação na área da saúde. A Missão 2 da NIB, voltada à saúde e indústria farmacêutica, prevê R$ 59,2 bilhões em investimentos públicos e privados entre 2023 e 2026.

Autossuficiência nacional e impacto no SUS

O presidente da Bionovis, Odnir Finotti, destacou a importância do papel do Estado na viabilização do projeto:

“O que estamos fazendo somente foi possível por conta de uma política de Estado, que se insere no Complexo Industrial da Saúde.”

Segundo ele, o governo garantiu a aquisição dos produtos biológicos dentro da estratégia das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Criadas para fortalecer a produção nacional e ampliar o acesso da população a medicamentos estratégicos, as PDPs viabilizam colaborações entre instituições públicas e empresas privadas, promovendo inovação e redução de custos para o SUS.

O Infliximabe é indicado para o tratamento de doença de Crohn, colite ulcerativa, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica e psoríase, entre outras doenças autoimunes. A produção nacional do IFA é fruto de uma parceria entre a Janssen-Cilag, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Biomanguinhos) e a Bionovis. Com isso, serão fornecidos, em média, 260 mil frascos por ano do medicamento ao SUS.

Capacidade de produção e impacto econômico

Com um investimento de R$ 800 milhões, a Bionovis consolidou uma infraestrutura capaz de produzir 250 kg de proteína de medicamentos biológicos por ano, o que permite a fabricação de dez biofármacos de alta complexidade, incluindo tratamentos para doenças autoimunes e oncológicas.

Esse volume supre a demanda nacional e possibilita a exportação para outros países, fortalecendo a presença do Brasil no mercado global de biofármacos. Além disso, a meta do governo federal é ampliar a produção nacional de insumos de 45% para 50% até 2026 e para 70% até 2033, reduzindo ainda mais a dependência de importações.

A iniciativa reforça o papel estratégico do SUS e da indústria nacional na autossuficiência farmacêutica e no acesso a medicamentos de alta tecnologia para a população brasileira.