Na última segunda (2), o deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) denunciou ao Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) o pastor que protagonizou vídeo em que submete uma adolescente a “terapia de conversão sexual” durante um culto em Palmas (TO). O deputado pede que o pastor Luiz de Jesus, da Igreja Evangélica Catedral da Família, seja investigado pelo crime de LGBTfobia.
O pastor Luiz de Jesus, da Igreja Evangélica Catedral da Família, em Palmas (TO) foi denunciado após protagonizar um vídeo, que se tornou viral nas redes sociais, onde ele tenta exorcizar uma jovem lésbica realizando de forma espetacular uma “cura gay”.
Em gravação amplamente divulgada neste último fim de semana, o pastor tenta “exorcizar” uma adolescente em um culto, utilizando de discursos que associam a orientação sexual da jovem à “possessão demoníaca” e que a suposta “correção” acontecerá por meio de intervenção divina. “Jesus gritou na minha alma: “Vai casar com homem, vai ter filhos”, declara o pastor. “A partir de hoje, vai se vestir igual mulher, porque Jesus arranca o demônio lá de dentro agora’, em nome de Jesus sai”.
Episódios como esse não são casos isolados. As terapias de conversão sexual são práticas que têm o objetivo de reprimir a orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero de uma pessoa. Segundo a representação do parlamentar, a prática tipificada como ‘cura gay’ é vedada pela resolução nº 1999 do Conselho Federal de Psicologia, visto que a bissexualidade e a homossexualidade não constituem doença e nem distúrbio.
“As chamadas ‘cura gay’ são sessões de torturas físicas e psicológicas promovidas por charlatões para disseminar discursos LGBTfóbicos”, declara o parlamentar. “Diante de tais situações humilhantes e discriminatórias, as vítimas submetidas a esse tipo de terapia sofrem danos irreparáveis, especialmente se essas são menores de idade”.