Trabalhadores de Catingueira estão entre os encontrados em situação análoga à escravidão em restaurante de São Paulo – Veja vídeo! 

Em matéria do G1, e que repercutiu também em diversos meios de comunicação, trabalhadores foram encontrados em situação análoga a escravidão em um restaurante de comida japonesa de São Paulo. […]



Em matéria do G1, e que repercutiu também em diversos meios de comunicação, trabalhadores foram encontrados em situação análoga a escravidão em um restaurante de comida japonesa de São Paulo. De acordo com informações, alguns desses trabalhadores são da cidade de Catingueira, na região metropolitana de Patos.

Veja matéria na íntegra:

Polícia encontra 15 funcionários de restaurante de comida japonesa em situação análoga à escravidão em SP: ‘Falta de higiene impressionante’, diz delegada


Funcionários de um restaurante de comida japonesa foram encontrados em situação análoga à escravidão na Zona Leste de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, 15 pessoas estavam morando em um quarto aos fundos em situação insalubre. No comércio também foram achados alimentos vencidos.

Ao g1, a diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ivalda Aleixo, informou neste sábado (21) que o flagrante ocorreu na quinta-feira (17) depois que policiais da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Liberdade Pessoal receberam denúncia do Ministério Público do Trabalho sobre a situação no restaurante Sushi Vila Formosa.

No local, as equipes encontraram o estabelecimento em funcionamento, mas constataram que 15 pessoas que vieram da região Nordeste do Brasil estavam sendo mantidas em condições precárias.

“O lugar que eles [funcionários] ficavam tinha zero de higiene e era muito pequeno. Geladeira para eles não funcionava, era servido café da manhã e ficava o dia inteiro exposto. Lugar mofado. Isso chamou bastante a atenção e um dos funcionários falou que a maioria veio do Nordeste com a promessa de trabalho com alojamento e alimentação. Mas nenhum deles estava registrado. Alguns com três, quatro meses de trabalho, outros um pouco mais, mas uma situação muito precária”, afirmou a delegada Ivalda.

O g1 tenta contato com o responsável pelo comércio e aguarda posicionamento.

Além disso, durante vistoria, foram localizados produtos com data de validade vencida.

“Chamou a atenção também que eles eram orientados a reaproveitar a comida do restaurante. Quando era deixada no prato por um cliente, a comida voltava para outro. A delegada entrou em contato comigo imediatamente e disse que haveria mais coisas no local. E lá dentro do restaurante percebemos que havia peixe no chão e produto vencido. Esse produto foi dito que era usado para sobremesa. Freezer totalmente sem higiene”, ressaltou.

Depoimentos e prisão

Os funcionários do local foram conduzidos à Delegacia Especializada, onde foram ouvidos e relataram sobre as condições precárias que estavam trabalhando.

“Nenhum deles estava obrigado, mas todos são muito pobres e não têm para onde ir sem dinheiro. Um deles estava com infecção no pé e mesmo assim estava trabalhando. Outra funcionária contou que veio da Paraíba em busca de emprego por convite e que estava ali pouco tempo, mas que a desculpa que se dava era que aquela situação era enquanto estava em experiência. A passagem para ir para São Paulo era descontada no salário”.

“Eles disseram que já tinham feito uma reclamação que o lugar que eles estavam tinha muito mofo. Era pior ainda. Então, eles foram para outro lugar no fundo sem condição de dormir, de banheiro. A falta de higiene era impressionante, nojenta mesmo”, ressaltou Ivalda.

A mulher que se apresentou à polícia como gerente do restaurante, mas era conhecida pelos funcionários como sócia do local, foi presa em flagrante por crime contra as relações de consumo e relacionado à condição análoga à de escravo. Ela passou por audiência de custódia e foi liberada com restrições.

“O judiciário e o Ministério Público pedirão novas investigações. Os proprietários que não foram achados podem ser ouvidos ainda. Quando fomos ao local, houve flagrante porque estava claro o que estávamos vendo”.

Ainda conforme Ivalda, todos os órgãos foram acionados, entre eles a Vigilância Sanitária para tomar medidas de vistoria.


Por Paola Patriarca, g1 SP