A Assistente Social Silvia Canuto, que disputou uma vaga de vereadora nas eleições de 2020 no município de Mãe D’água-PB pelo partido Avante, onde obteve 154 votos, ficando na 1ª suplência, revelou nesta sexta-feira, dia 01, durante entrevista concedida ao Jornal da Manhã, da Rádio Morada do Sol FM, em Patos, que vem sofrendo perseguição política após assinar uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), que resultou na cassação de todos os vereadores do partido Republicanos, acusados de candidatura feminina fictícia e de abuso de poder. “Estou me sentindo ameaçada”, revelou Silvia, lamentando ainda que seus familiares também estejam sofrendo represálias por parte, tanto dos vereadores cassados quanto do prefeito Francisco Cirino da Silva (Republicanos), líder do grupo, que teria ido pessoalmente à capital pedir a exoneração dela do cargo de Assistente Social que ocupava na Maternidade Peregrino Filho, em Patos.
Nesta segunda-feira, dia 27 de junho, quando da divulgação da sentença proferida pelo juiz eleitoral da comarca de Teixeira-PB, Dr. Carlos Gustavo Guimarães Albergaria Barreto, ainda aconteceu outra demissão e Sílvia disse: “Meu irmão, que trabalhava como maqueiro no Hospital Regional Jandhuy Carneiro, também foi demitido do cargo que ocupava há 10 anos”. Sílvia é servidora pública municipal concursada desde 1998, mas prestava serviços na maternidade como contratada.
Sobre os fatos relatados, a reportagem tentou contato com o prefeito de Mãe Dágua, Cirino, através do nº (83) 9 **8847, porém, ninguém atendeu a chamada.
Durante sua fala, a suplente de vereadora, que trabalhou na campanha eleitoral do governador João Azevedo (PSB) no âmbito do município, isentou o deputado Hugo Mota (Republicanos) de ter contribuído com sua exoneração. “Nunca fiz tal afirmação. ”, esclareceu.
Em contato com o radialista Célio Martinez, apresentador do programa radiofônico Jornal da Manhã, Sefora Cândida Meira de Vasconcelos, diretora da maternidade Peregrino Filho, não soube afirmar com precisão quais os motivos da exoneração. Sefora comentou que a decisão partiu diretamente de João Pessoa. A enfermeira acrescentou que a diretora que lhe antecedeu já havia solicitado esse pedido.
Os advogados Dr. Taciano Fontes e Dra. Ana Valeska estão representando Silvia Canuto na AIJE e devem acionar a justiça pelo que consideram se tratar de perseguição política. “Ainda que contratada de maneira temporária, trata-se de um Ato Administrativo e todo ele tem que ser fundamentado. Não se trata de uma empresa privada, onde o patrão pode demitir sem justa causa na hora que ele quiser. E nós vamos sim tomar todas as medidas cabíveis. No nosso entendimento, além de crime de constrangimento, está caracterizado o crime de abuso de poder e do desrespeito ao princípio da impessoalidade. ”, explicou Fontes.
Por Célio Martinez