O aposentado Luíz Morais, residente no Bairro Novo Horizonte, em Patos, decidiu construir um fogão de lenha para complementar o uso do gás de cozinha que está custando em média R$ 95,00. Sua iniciativa também já foi vista em outras localidades da cidade que estão fazendo opção para fugir dos gastos com o botijão de gás.
Seu Luiz relatou que gasta 1 botijão de gás de cozinha a cada mês e, por vezes, o gás só chega a 20 dias. “Estou fazendo um fogão de lenha para auxiliar quando precisamos cozinhar o feijão, carnes e algo que precise de mais tempo no fogo. O preço do gás de cozinha está absurdo e não para de subir”, relatou.
A reportagem do Polémica já se deparou com famílias que estão cozinhando com gravetos e pedaços de madeira encontrados em terrenos aos arredores da cidade. Em algumas residências de famílias pobres, o gás de cozinha está se tornando um item cada vez mais raro. Se tem o fogão a gás, mas o botijão está quase sempre vazio, pois o dinheiro não tem dado para comprar a comida e o gás.
Carminha Learth, que é professora do curso de engenharia florestal da Universidade Federal de Campina Grande, Campus Patos (UFCG/Patos), comentou que o uso de madeira para fins de cozinhar é uma prática ruim para o meio ambiente. Além da maior poluição, as famílias acabam derrubando árvores e destruindo a vegetação do semiárido que já vem enfrentando desmatamento e desertificação. A compra de carvão vegetal também é outro problema, pois tem a mesma prática de desmatamento.
Com desemprego cada vez maior, inflação disparada, auxílio emergencial na maioria de R$ 150,00 e com a falta de políticas de assistência social mais eficaz, a pobreza e a fome no Brasil voltaram a ser destaque mundial. O número de pedintes nunca foi tão gritante e agora mais ainda com a pandemia do novo coronavírus, COVID 19.
Jozivan Antero – Polêmica Patos