“Ela foi assassinada na frente do filho de 5 anos e da mãe idosa…”, desabafa vizinho da vítima, em Patos

“A gente escutou os gritos e depois os tiros…tanta gente chorando nesta rua depois do assassinato dela. Ele matou ela na frente do próprio filho deles, uma criança de cinco […]



“A gente escutou os gritos e depois os tiros…tanta gente chorando nesta rua depois do assassinato dela. Ele matou ela na frente do próprio filho deles, uma criança de cinco anos e da mãe idosa…”, relatou um dos vizinhos de Edna Alves de Medeiros, vítima de feminicídio na cidade de Patos.

Na noite desta quinta-feira, dia 05 de dezembro de 2024, três dias após o assassinato de Edna, a reportagem do Polêmica conversou com um dos vizinhos da vítima de feminicídio. O vizinho pediu para não ser identificado, mas relatou os momentos depois do ocorrido que chocou a localidade onde mora.

Edna foi assassinada de forma covarde pelo ex-marido que não aceitava o fim do relacionamento conflituoso.  Othon Yure Fernandes, de 27 anos, roubou uma moto, colocou o revólver na cintura e foi até a casa de Edna na Rua Severina Costa, na localidade conhecida por Cabeça do Porco, no Jardim Lacerda, em Patos.

Relatos são de que o assassino chegou até a residência e, após breve discussão, puxou Edna pelos cabelos até a calçada. A vítima conseguiu se desvencilhar e a mãe dela gritava para tentar acalmar os ânimos. Edna conseguiu correr para dentro de casa, mas foi alcançada e recebeu vários disparos de arma de fogo sem chance de defesa.

A criança chorava ao lado do corpo da mãe que ficou inerte na sala da pequena casa e a mãe da vítima entrava em desespero com a situação fora de controle. Othon Yure, o feminicida, fugiu e foi preso minutos depois por guarnições da Polícia Militar da ROTAM. 

O vizinho relatou que o assassino esperou o sepultamento do pai de Edna, que ocorreu no domingo, dia 1 de dezembro, para agir. O pai da vítima poderia oferecer resistência apesar da idade. Acredita-se que o feminicida calculou cada momento para o assassinato covarde.

O jurista Lucas Alecrim Alexandre relatou da seguinte forma o crime de feminicídio:

“O feminicídio é um crime que tem preocupado as autoridades cada vez mais, devido à sua crescente frequência. É importante destacar que esse tipo de violência tem raízes culturais profundas e está relacionado à desigualdade de gênero. O principal motivo desse tipo de assassinato é o controle dos comportamentos femininos, a fim de manter a supremacia masculina e o poder do homem. A violência contra as mulheres é um reflexo da cultura machista, que promove uma desigualdade de gênero e perpetua o estereótipo de que o homem é superior à mulher. Isso é reforçado por diversos fatores, como a falta de educação, a desigualdade econômica, as dificuldades de acesso à justiça, as pressões sociais e a impunidade. Outros fatores que contribuem para o aumento do feminicídio são a infração de direitos e a discriminação contra as mulheres. Além disso, o aumento da violência doméstica e a falta de acesso à educação são fatores que contribuem para que esse crime continue a ser um problema. É importante que sejam tomadas medidas para prevenir e combater esse tipo de violência. Entre elas, a conscientização da população, a realização de campanhas educativas e a implementação de leis que tratem especificamente da violência de gênero. Além disso, é necessário que sejam reforçadas as políticas de educação e de prevenção de violência, bem como a promoção dos direitos das mulheres.

O feminicídio é um dos mais graves problemas da atualidade, abrangendo todas as faixas etárias e culturas. É a morte intencional de uma mulher devido ao seu gênero, sendo também conhecida como violência de gênero. O feminicídio é um dos tipos mais graves de violência contra as mulheres e tem consequências devastadoras para a sociedade como um todo”.  

Jozivan Antero – Polêmica Patos