Apesar das atividades desenvolvidas pela Ação Social Diocesana de Patos, pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Município de Patos, bem como por outras entidades de assistência e humanistas, as informações distorcidas sobre a situação dos índios warao da Venezuela estão causando problemas na cidade de Patos.
Os Warao tem sua própria cultura, hábitos e costumes, mas parte da imprensa, sem o mínimo zelo diante do caso específico que levou esse povo a se espalhar pela América Latina, tem causado constrangimento a estes venezuelanos e criado informações distorcidas de como eles estão sendo acompanhados na cidade de Patos.
Marcília Poncyana, coordenadora do Centro Especializado em Assistência Social (CREAS), que recebe o nome do saudoso vereador Chico Bocão, disse que a equipe de abordagem social vem acompanhando os índios Warao e desenvolvendo ações pontuais. Nestas ações, são identificadas formas de ajudar, conhecer e acolher os Warao.
“É importante destacar que a população de Patos tem desempenhado um papel fundamental nessa acolhida da população indigena. Mas também é importante a gente pensar que como eles têm costumes e cultura diferentes, a gente precisa respeitar o espaço deles. A cada vez que sai uma matéria com fotos ou com informações que nem sempre são verídicas, a nossa abordagem fica um pouco mais dificultada porque eles acabam ficando com resistência diante dessa abordagem que, por vezes, não tem sensibilidade de conhecer a diferença de cultura desses povos”, destacou Marcília.
Saiba um pouco mais sobre a situação:
“Povos WARAO: Entenda um pouco sobre a população migrante e como o poder público vem agindo em Patos.
No ano de 2020, a população tradicional indígena da tribo dos WARAO, originário da Venezuela, vem se dirigindo para o interior e litoral do Brasil. A princípio muitos populares acreditavam que se tratava de um movimento temporário de deslocamento para os grandes centros da Paraíba, como Campina Grande e João Pessoa. Porém, sabe-se que a população WARAO se divide em grandes grupos e têm a prática de ir e vir entre as cidades de Patos, Campina Grande e João Pessoa.
Aliada a Pandemia, que dificultou muito as ações com a população indígena, há ainda uma certa barreira no que diz respeito à comunicação (língua warao) e falta de conhecimento dos costumes e práticas desses povos, fazendo com que o poder público, juntamente com ONGs, igrejas e associações comunitárias, olhasse para essa demanda com muitas dúvidas em relação as ações que deveriam ser feitas e a melhor maneira de realiza-las. Um verdadeiro desafio na política de Assistência Social. Mas é preciso agir apesar da crise sanitária.
Dentre as ações já encaminhadas estão o acompanhamento da população com a retirada de documentação básica e acesso ao Cadastro Único, bem como apoio alimentício, que é muito restrito devido ao costume e prática de cozinhar a própria comida a seu modo. Outra ação bastante importante foi o convite do antropólogo Jamerson Lucena, que irá capacitar as equipes para conduzir da melhor forma a Assistência aos povos WARAO. Jamerson realiza um trabalho com os grupos de João pessoa e tem propriedade nos assuntos que dizem respeito a essa população, que possui costumes e cultura próprios, e que precisa ser entendida e respeitada.
Com isso, a Secretaria de Desenvolvimento Social através da equipe de abordagem do CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência Social), juntamente com o Centro-Pop vêm articulando reuniões com a comunidade que abraçou a causa do povo indígena Warao, bem como as igrejas e pastorais, que vêm exercendo importante papel também na condução dos trabalhos com essa população tradicional.
A frente do comitê formado para conduzir a Assistência aos povos WARAO está a Secretária de Desenvolvimento Social Helena Wanderley e a coordenadora do Creas Marcília Poncyana, além de voluntários que estão ajudando no processo de garantia de direitos para essa população que hoje se encontra em nosso município”.
Jozivan Antero – Polêmica Patos
OUÇA relato de Marcília Poncyana: