Não resta a mínima dúvida que a discussão em torno dos animais de rua, em especial cães, é sempre um assunto corriqueiro na cidade de Patos. Por todos os bairros, matilhas estão expostas em calçadas, terrenos baldios, se proliferando em quantidade extraordinária, doentes e morrendo por inúmeros motivos.
O médico Dr. Pedro Augusto, diretor clínico do Hospital Regional de Patos, revelou um número também preocupante em decorrência dos cães de rua. 27 pessoas deram entrada na emergência do hospital em decorrência de mordidas de cães. O Dr. Pedro também mostrou preocupação no que diz respeito às zoonoses, pois esses animais podem passar doenças por meio de saliva, doenças de pele e outras.
Após uma verdadeira batalha jurídica e que teve a ação do Ministério Público Estadual (MPE), provocado por protetores de animais e entidades civis da causa animal, a Prefeitura Municipal de Patos, na gestão do prefeito Nabor Wanderley (Republicanos), deu início a um processo de castração de cães de rua. Desde o início dos trabalhos na clínica montada no Canil Municipal de Patos, 500 animais foram castrados apenas em 2022.
De acordo com o médico veterinário Dilermando Simões, responsável técnico da sala de pequenas cirurgias da Prefeitura de Patos, a castração continua, mas existem desafios diante da quantidade de cães cirurgiados. São 19 vagas para recuperação do pós operatório e o trabalho tem sido quase diário para diminuir a reprodução dos animais de rua. As castrações tem prioridade para cadelas no cio e os animais são selecionados, na maioria das vezes, por protetores de animais.
Apesar do número de castrações, a quantidade de animais nas ruas ainda é grande e é necessário um trabalho a médio e longo prazo para surtir o efeito desejado na diminuição dos animais de rua. Existe um problema de captura, pois muitos cães são arredios e não se tem os equipamentos, tais como arma de lançamento de dardos tranquilizantes, veículo apropriado e equipes treinadas e específicas para essa finalidade.
Uma cidadã do Bairro Maternidade se queixou da demora para recolher animais que estão nas imediações do Loteamento do Campestre Clube de Patos, entre estes estão cadelas no cio. A questão foi levada para Dilermando Simões. O veterinário reconheceu a dificuldade e disse que vem fazendo o que está ao seu alcance.
O presidente da ONG Adota Patos, Rafael Gomes, também criticou a gestão municipal. Para Rafael, a prefeitura pode fazer mais do que vem fazendo em relação aos animais de rua. O presidente disse que a ONG fez mais de 700 castrações desde que montou a sala de pequenas cirurgias e que só não foram feitas mais diante da falta de apoio da administração pública municipal.
Ao longo dos anos, houve negligência e vista grossa da Prefeitura Municipal de Patos para tomar as medidas necessárias que amenizassem a situação dos animais de rua. Apenas em 2022, a gestão municipal começou a realizar ações mais concretas, porém, se reconhece que ainda é insuficiente em decorrência da grave situação e proporção a que se chegou.
Jozivan Antero – Polêmica Patos
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